terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Dhammapada

O Dhammapada, Cap. I - Os versos gêmeos Tudo o que nós somos é resultado do que nós pensamos no passado: tudo o que nós somos se baseia em nossos pensamentos e é formado por nossos pensamentos. Se alguém fala ou age com um mau pensamento, o sofrimento o acompanha assim como a carreta segue os passos do boi que a puxa. Tudo o que nós somos é resultado do que nós pensamos no passado: tudo o que nós somos se baseia em nossos pensamentos e é formado por nossos pensamentos. Se alguém fala ou age com pensamento puro, a felicidade o acompanha assim como sua própria sombra nunca se afasta dele. ‘Ele me desrespeitou, ele me bateu e dominou, e então me roubou’ – quem expressa tais pensamentos amarra sua mente à intenção de retaliar. Em tais pessoas o ódio não cessa. ‘Ele me desrespeitou, ele me bateu e dominou, e então me roubou’ – em quem não expressa tais pensamentos, o ódio cessará. Nesse mundo a inimizade nunca é eliminada pelo ódio; a inimizade é eliminada pelo amor. Essa é a Lei Eterna. Os muitos que não sabem disso também esquecem que um dia, nesse mundo, morreremos. Eles não se controlam. Mas aqueles que conhecem a Lei encerram seus conflitos em seguida. Quem vive em busca de prazeres, com seus sentidos descontrolados, sem moderação ao comer, indolente, desvitalizado – a ele verdadeiramente Mara[2] derruba assim como uma tempestade derruba uma árvore. Quem vive disciplinando a si mesmo, sem dar atenção a prazeres, com seus sentidos controlados, moderado ao comer, cheio de fé e coragem (Virya) – a ele verdadeiramente Mara não derruba, assim como uma tempestade não derruba uma montanha rochosa. Quem não está livre de vícios, quem não observa a moderação e a veracidade, pode vestir o manto amarelo, mas não o merece. Quem libertou-se dos vícios e está bem estabelecido nas virtudes, quem observa a moderação e a veracidade, realmente merece o manto amarelo. Aqueles que vivem no mundo de prazeres da fantasia enxergam verdade no que é irreal e inverdade no que é real. Eles nunca chegam à verdade. Aqueles que se estabelecem no mundo do pensamento correto enxergam verdade no que é real e inverdade no que é irreal. Eles chegam à verdade. A chuva flui para dentro de uma casa com telhado mal contruído, assim como os desejos fluem para dentro de uma mente mal treinada. A chuva não molha uma casa com telhado bem construído, assim como os desejos não entram na mente disciplinada. Quem faz o mal sofre neste mundo e sofre no mundo seguinte; ele padece nos dois. Aflito, ele se inquieta ao rever os seus atos pecaminosos. Quem é virtuoso tem contentamento nesse mundo e tem alegria no mundo seguinte; ele se alegra nos dois. Ele tem satisfação e contentamento ao rever seus atos puros. Quem faz o mal se lamenta aqui, e se lamenta depois daqui. “Fiz o mal”, ele diz a si mesmo. Seu tormento é maior quando está no lugar do mal. O ser humano correto é feliz aqui, e é feliz depois daqui. “Fiz o bem”, ele diz a si mesmo. É grande o seu prazer no lugar abençoado. Quem cita os textos sagrados mas é preguiçoso e não os aplica na vida é como um homem do campo que conta as vacas alheias. Ele não partilha as bênçãos da Boa Vida. Quem abandona a luxúria, o ódio e a loucura adquire verdadeiro conhecimento e uma mente serena, não tem cobiça nesse mundo nem em qualquer outro, aplica em si mesmo os ensinamentos dos textos Sagrados que recita, mesmo que sejam poucos em número – tal pessoa participa das bênçãos da Boa Vida. Esta é uma pequena parte do livro “O Dhammapada”, cujos ensinamentos foram presenciados pelos discípulos do Buda Sidharta Gautama, que depois os divulgaram.

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